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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Vozes


Vozes.







As minhas ovelhas ouvem a minha voz”. – Jesus de Nazaré.


Há muito meus ouvidos se fizeram surdos; 
não distingo o imperceptível som de tua voz. 
Peço-te que só mais uma vez fales “Efatá” 
e se abrirão os meus ouvidos.


Quero ouvir teu chamado 
para seguir a imponderável senda dos profetas
que mesmo debaixo de chuva de granizo, 
defendem a viúva e o órfão.


Quero saber ouvir tua voz de dentro 
das delegacias sujas, 
dos manicômios de muros altos 
das enfermarias esquecidas.


Quero ouvir teu lamento 
sobre as nações 
que rejeitam os pacificadores, 
que apedrejam os esfomeados de justiça, 
que se esquecem de abrigar o estrangeiro.


Quero ouvir teus conselhos 
sobre os perigos da riqueza, 
sobre os religiosos que guardam a letra 
como ortodoxolatria, 
sobre a estupidez de ganhar o mundo 
e deixar a alma entrevada.


Quero ouvir tuas histórias 
sobre aquele homem bondoso 
com um desconhecido caído na calçada 
sobre aquele Pai que esperava no alpendre 
seu filho cansado da orgia, 
sobre aquele anfitrião que catou 
os menos nobres para seu banquete.


Quero ouvir tua advertência 
de que teus filhos não são poupados 
das inclemências do mundo, 
não desceste para estar conosco numa redoma.


Quero ouvir tua promessa 
de que estarás ao nosso lado 
em toda circunstância até que tudo termine, 
de que enviarás teu Espírito que será
um leal conselheiros na verdade.


Quero ouvir teu sussurro 
me confortando de que falta muito pouco 
para festejarmos numa grande festa 
para dançar e beber vinho de qualidade.
Se tuas ovelhas percebem tua voz, 


quero, mais do que tudo, 
que fales e responderei: 
Teu Servo ouve.


Soli Deo Gloria.
[Poema - Ricardo Gondim]

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